Aqui em Espanha o vinho é a bebida para acompanhar o almoço, o jantar, o aperitivo e o afterhour, então dá para imaginar a importância que tem e que embora a frase típica seja: “Não entendo muito de vinho”, quase todo mundo tem uma boa noção do que está bebendo… e de onde vem o vinho é algo que já diz muito das suas características e qualidades.
De onde vêm os vinhos
Para saber sobre um vinho, não importa onde estejamos, devemos considerar duas coisas: mapa and climate, de onde vem o vinho e como é o clima nesse lugar. Isso nos dará umas ideias iniciais de como serão as suas características aromáticas e que sabores e intensidade poderemos encontrar.
E o melhor identificador de lugar e clima de um vinho é a denominação de origem (DO). São certificações que podem ser concedidas local e nacionalmente e são voluntárias, nenhuma vinícola está obrigado a fazer parte de uma DO.
Em Espanha existem diversas denominações de origem, cada DO tem a suas próprias regras e o objetivo principal é garantir a qualidade dos vinhos produzidos em cada região.

Aqui em Catalunha existem dez denominações de origem territoriais: DO Alella, DO Conca de Barberà, DO Costers del Segre, DO Empordà, DO Montsant, DO Penedès, DO Pla de Bages, DO Priorat (DOC), DO Tarragona e DO Terra Alta, além da DO Cava (exclusiva para os vinhos espumosos, que aqui chamam cava) e a DO Catalunya.
A DO Catalunya, pode ser adotada como uma segunda DO por qualquer das vinícolas com a sua própria DO, por exemplo, um vinhedo em Tarragona pode ter a DO Tarragona e a DO Catalunya.
A DOC (Denominación de Origen Calificada) é uma denominação de origem com processos de adesão mais estritos e umas das principais diferenças é o tempo que a vinícola leva elaborando um determinado estilo de vinhos, além da localização delimitada e as características excepcionais do seu entorno. Além disso, as vinícolas de uma DOC não podem ostentar outra denominação de origem, com exceção da DO Vinos de Pago Calificados. Na Espanha, somente duas regiões utilizam a DOC: Rioja, desde o ano 1991 e Priotat, desde o ano 2000.
Vinho com tampa e na latinha
O vinho evoluciona de diferentes maneiras, o que é fundamental para facilitar a elaboração, distribuição e aumentar o consumo responsável.
Algumas das grandes mudanças que estão acontecendo e que, especialmente na Espanha, ainda encontram muita resistência entre os mais tradicionalistas (produtores e consumidores de vinho!), são as novas maneiras de vedar as garrafas de vinho, tampa metálica tipo cerveja/coca-cola de vidro ou tampas metálicas de rosca e o uso do novo recipiente para o vinho, a latinha.
Na popularização da latinha já existem diversos vinhedos que estão adotando nas suas marcas de vinho, visando o público jovem como principal objetivo e trabalhando a marca de uma forma visual mais atraente e fresca, como exemplo temos a Born Rosé Barcelona, Zeena ou o Celler de Batea. Umas das grandes vantagens é a quantidade, a comodidade e o preço.

No tema da rolha ou tampa de rosca… aqui ainda tem muita água (ou vinho!) pra rolar, porque eu mesma, a que os fala, prefiro rolha! As vantagens são a sustentabilidade do material, a facilidade para abrir uma garrafa e evita os eventuais problemas no vinho causados pela rolha.
Maridagem
Por exemplo, sobre a maridagem, que é algo que todos queremos saber como funciona, nem que seja um pouquinho para não meter o pé na jaca no dia que convidarmos alguém em casa e queremos que a comida tenha uma boa combinação…
Duas coisas muito importantes,
Primeira, que um não deve tirar o protagonismo do outro, o vinho e a comida tem que se respeitarem entre si!
E a segunda, que a melhor maridagem é com o produto local!
Considerando isso aprendemos que podemos maridar de três maneiras básicas:
Por afinidade, é a maneira mais tradicional, onde os sabores, cores e cheiros possam ser parecidos tanto no vinho como na comida, criando uma conexão entre os dois. Nesse estilo entram as propostas de maridagem clássicas como que o vinho tinto acompanha las carnes vermelhas, o champagne marida com o caviar e as ostras, o vinho doce com as sobremesas e o vinho branco seja perfeito para a carne branca e o peixe… Atualmente essa pauta já não se segue de forma estrita, já que a elaboração do vinho e a maneira de cozinhar tem evolucionado consideravelmente, dando espaço a novas combinações entre eles.
Por contraste, também conhecida como ‘maridagem contemporânea’, aqui é totalmente ao contrário e a intenção é surpreender o paladar, porém equilibrando e compensando as necessidades de cada um, o exemplo que sempre se menciona nesse caso é a maridagem de vinhos doces com queijos fortes… mas a medida que vaia descobrindo outras combinações irei compartilhando por aqui…
Por proximidade ou regional, é a maridagem queridinha do momento, inspirada pelo respeito ao produto, ao trabalho e as tradições de uma região, quanto mais perto estejam ingredientes dos pratos elaborados e o vinho que lhe acompanha, melhor. Essa maridagem pode ser apoiada por alguns dos objetivos de sustentabilidade, como o ODS, 1, 2, 11 e 12.
Quando tiver tomando um vinho, presta atenção nos aromas e sabores que possa notar no nariz e na boca, tenta identificar algum cheiro que você já conhece e se não é o caso, descreve esse cheiro e registra-lo na tua mente.
Se possível, dá uma olhada na informação da etiqueta da garrafa, quase sempre indica onde foi elaborado, com quais uvas e quando.